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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vilanias

Sinto e reajo, sou puro sentir e sonhar na ânsia de ver o que não posso entender, de entender o que não posso esconder e escondendo de mim o que sou em você.
Sou minha fúria e queda, tão cega aos enganos que já posso absorver. Reinventar mentiras em pontes estreitas para alcançar verdades. Crescer em espaço estreitado, numa viela de carrascos que usam máscaras para cada ocasião.
Tenho caminhos tão meus, silênciosos, abstratos... com cores e luzes, cheiros tão próprios. É facil me ver assim, me ver por aí, fora de mim , feliz nas manhã cinzas, tardes chuvosas, noites frias de um lugar que me amplia, preenche e esvazia. Onde fica o meu mar, as flores no jardim de amar? Dentro os carrego eternizados, são meu combustível  incentivo, prêmio de consolação. Sou noite e dia; e de dia e noite me alegro e sofro entre risadas e choros. Danço calada/canto dançante e nem saio do lugar.
Me resinto do que não possuo e no des-contexto não aceito o que me é oferecido.O que sou além de mim e dos outros, seu beijo, teu dorso, desejo confesso meu mal em excesso. Há que ser um dia de "ser", no largo de beleza baroca, numa cidade que sou eu como louca,vilanias-  na vida de uma vida -ou insistência secular. Ausência de brevidade, sensação de plena paz.
                                                                                                               ————Fernanda Reis

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